Provei do famoso feijão da Vicentina
Só quem é da Portela
É que sabe que a coisa é divina.
Paulinho de Viola
AS PASTORAS
Dia 8 de dezembro! Salve Nossa Senhora da Conceição!Oraeeuerô minha mãe Oxum!
No dia 8 de dezembro de 1934, exatamente 41 anos antes de Candeia e seus companheiros fundarem o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Samba Quilombo, João Petra de Barros entrou no estúdio da Odeon para gravar a marcha rancho Linda Pequena, de Noel Rosa e Braguinha. Informam João Máximo e Carlos Didier que a obra fora composta no Café Papagaio, situado na rua Gonçalves Dias. Os compositores fizeram a música calcados no ritmo de um rancho que saía pelas ruas de Vila Isabel no Dia de Reis.
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as moreninhas
Pra consolo da lua
Vão Cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pequena
Pequena que tem a cor morena
Tu não tens pena
De mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
A música não fez sucesso . Em 1938 um ano após a morte de Noel, Braguinha apresentou em um concurso promovido pelo DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, na Feira de Amostras. A letra foi um pouco alterada:
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
O título de Linda pequena passou a Pastorinhas e a canção foi a vencedora do concurso. Sílvio Caldas imortalizou a obra gravando acompanhado pela Orquestra de Napoleão e seus Soldados Musicais, nome que sugere a efervescência belicosa que impregnava a atmosfera mundial na época.
A marcha, que provavelmente foi composta para os grupos de pastoris, imperou no carnaval seguinte e se perpetuou entre os clássicos das canções momescas.
Nas primeiras décadas do século XX, alguns dias antes do Natal, grupos de moçoilas e rapazes, esses em menor número, caminhavam pelas ruas da cidade cantando e dançando, festejando o nascimento de Jesus Cristo. À frente do cortejo, uma jovem vestindo túnica branca, segurava uma vara que trazia na ponta uma estrela. Representava a estrela guia que orientou os Reis Magos a encontrarem a estrebaria onde nasceu o Menino Deus. Logo depois vinha a figura do Velho. De barba e cabelos brancos, apoiado em um cajado, ele cantava:
Caminhemos, caminhemos
A lapinha de Belém
Visitar a Deus Menino
Que salva o mundo vem
As pastoras, balançando os corpos sestrosos ao ritmo da música, repetiam os versos entoados pelo Velho.
Os desfiles dirigiam-se às casas de amigos. Diante dos presépios, as pastoras em roda, adoravam o Recém nascido, entoando cânticos em alusão ao evento.
Jota Efegê, relembra que um momento bem humorado do ritual era o "Namoro do Velho". Nesse instante, o ancião insinuava-se para as pastoras, dirigindo-lhes galanteios, e elas o repeliam:
Sai daqui, ó velho
Velho impertinente
Não faça vergonha
No meio da gente
Após muita insistência do Velho e repúdio das pastoras, cessava a música e os anfitriões distribuíam castanhas, figos, rabanadas e passas entre os participantes.
Sob o aplauso da platéia, após o apito do Mestre, os músicos deixavam a casa, acompanhados das pastoras, arrastando os pés e cantando.
Caminhemos, caminhemos
À lapinha de Belém
Visitar o Deus Menino
Que salvar o mundo vem
E seguiam de casa em casa, repetindo a cerimônia.
[......] Em Oswaldo Cruz, as pastorinhas se encontravam na casa de dona Martinha, madrinha da Portela escolhida por Paulo Beijamim de Oliveira, de onde iniciavam o cortejo.
As pastorinhas dos festejos natalinos migraram para os ranchos carnavalescos, que incorporaram muitas características dos pastoris: o compasso rítmico, as castanholas, as marchas. As pastoras formavam o coro dessas agremiações.
Punhados do Livro A Velha Guarda da Portela- João Baptista M Vargens e Carlos Monte. "A Portela não foi fundada; Nasceu por obra e graça do Espírito Santo"- Antonio Rufino dos Reis.
Só quem é da Portela
É que sabe que a coisa é divina.
Paulinho de Viola
AS PASTORAS
Dia 8 de dezembro! Salve Nossa Senhora da Conceição!Oraeeuerô minha mãe Oxum!
No dia 8 de dezembro de 1934, exatamente 41 anos antes de Candeia e seus companheiros fundarem o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Samba Quilombo, João Petra de Barros entrou no estúdio da Odeon para gravar a marcha rancho Linda Pequena, de Noel Rosa e Braguinha. Informam João Máximo e Carlos Didier que a obra fora composta no Café Papagaio, situado na rua Gonçalves Dias. Os compositores fizeram a música calcados no ritmo de um rancho que saía pelas ruas de Vila Isabel no Dia de Reis.
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as moreninhas
Pra consolo da lua
Vão Cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pequena
Pequena que tem a cor morena
Tu não tens pena
De mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
A música não fez sucesso . Em 1938 um ano após a morte de Noel, Braguinha apresentou em um concurso promovido pelo DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, na Feira de Amostras. A letra foi um pouco alterada:
A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar
O título de Linda pequena passou a Pastorinhas e a canção foi a vencedora do concurso. Sílvio Caldas imortalizou a obra gravando acompanhado pela Orquestra de Napoleão e seus Soldados Musicais, nome que sugere a efervescência belicosa que impregnava a atmosfera mundial na época.
A marcha, que provavelmente foi composta para os grupos de pastoris, imperou no carnaval seguinte e se perpetuou entre os clássicos das canções momescas.
Nas primeiras décadas do século XX, alguns dias antes do Natal, grupos de moçoilas e rapazes, esses em menor número, caminhavam pelas ruas da cidade cantando e dançando, festejando o nascimento de Jesus Cristo. À frente do cortejo, uma jovem vestindo túnica branca, segurava uma vara que trazia na ponta uma estrela. Representava a estrela guia que orientou os Reis Magos a encontrarem a estrebaria onde nasceu o Menino Deus. Logo depois vinha a figura do Velho. De barba e cabelos brancos, apoiado em um cajado, ele cantava:
Caminhemos, caminhemos
A lapinha de Belém
Visitar a Deus Menino
Que salva o mundo vem
As pastoras, balançando os corpos sestrosos ao ritmo da música, repetiam os versos entoados pelo Velho.
Os desfiles dirigiam-se às casas de amigos. Diante dos presépios, as pastoras em roda, adoravam o Recém nascido, entoando cânticos em alusão ao evento.
Jota Efegê, relembra que um momento bem humorado do ritual era o "Namoro do Velho". Nesse instante, o ancião insinuava-se para as pastoras, dirigindo-lhes galanteios, e elas o repeliam:
Sai daqui, ó velho
Velho impertinente
Não faça vergonha
No meio da gente
Após muita insistência do Velho e repúdio das pastoras, cessava a música e os anfitriões distribuíam castanhas, figos, rabanadas e passas entre os participantes.
Sob o aplauso da platéia, após o apito do Mestre, os músicos deixavam a casa, acompanhados das pastoras, arrastando os pés e cantando.
Caminhemos, caminhemos
À lapinha de Belém
Visitar o Deus Menino
Que salvar o mundo vem
E seguiam de casa em casa, repetindo a cerimônia.
[......] Em Oswaldo Cruz, as pastorinhas se encontravam na casa de dona Martinha, madrinha da Portela escolhida por Paulo Beijamim de Oliveira, de onde iniciavam o cortejo.
As pastorinhas dos festejos natalinos migraram para os ranchos carnavalescos, que incorporaram muitas características dos pastoris: o compasso rítmico, as castanholas, as marchas. As pastoras formavam o coro dessas agremiações.
Punhados do Livro A Velha Guarda da Portela- João Baptista M Vargens e Carlos Monte. "A Portela não foi fundada; Nasceu por obra e graça do Espírito Santo"- Antonio Rufino dos Reis.
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